Medicine For Melancholy

O final é inconclusivo. Não sabemos como a história termina e os indícios não chegam para lhe adivinharmos a última linha. Nesta narrativa de duas pessoas que dançam pela primeira vez, sem ensaios prévios, e cujos corpos se desconhecem, a coreografia é improvisada e escrita alternadamente – um passo decide-o ele (para a frente), o seguinte decide-o ela (para trás) - com a insegurança de quem pressente a queda. Mas decisão é uma palavra errada, para um filme sobre desejos indecisos, sobre a confusão silenciosa de quem sabe o que quer (a ele, a ela) apenas para os quinze minutos seguintes*. Uma conclusão é tudo o que não é possível e é também tudo o que (ali) não interessa.

*excerto de um post do Pedro Jordão, sobre o mesmo filme.